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sexta-feira, 8 de abril de 2016

MELANCOLIA NO PRÉDIO AZUL


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“Amanda costumava ir a biblioteca da cidade todas as manhãs, ela gostava do cheiro dos livros, do encanto das mesas, das prateleiras e das pessoas que ali frequentavam” Esse era um trecho da manchete que estampava o jornal da capital, que trazia em sua capa a seguinte frase: “Suicídio o fim de uma vida”.
*****
Algumas pessoas apontavam para a janela do prédio azul, ainda dava para ver o corpo ali pendurado, balançando; o vestido da jovem era branco, e mesmo de longe dava para ver a palidez de sua pele.
 ­ Coitadinha da menina, dizia dona Maria
Todos ao redor estavam curiosos, e as pessoas se aglomeravam próximo ao local do incidente, ninguém esperava que naquela manhã Amanda Kloserman, se enforcaria, na suíte presidencial, do prédio azul
 — Eu já imaginava que isso fosse acontecer, do jeito que estava indo, era certo que este seria seu fim, assim falava seu Antônio, porteiro do prédio.  
Cale a boca Antônio, — gritava dona Alice, vizinha da morta — O senhor não vê que a mãe da menina está chegando?
            Enquanto discutiam e comentavam sobre o ocorrido, ao longe uma senhora de cabelos brancos, e cabeça baixa se aproximava do local, era dona Lucinda, mãe de Amanda.
            Dona Lucinda, costureira, beirava os sessenta anos, mas naquela manhã sua expressão, moldava o seu rosto, assim aparentando ser muito mais velha do que realmente era; enquanto se aproximava do local, lágrimas caiam do seu rosto, e soluços saiam involuntariamente de seus lábios, já faziam três dias que Lucinda não via a filha, três dias desde que lera aquela carta...
*****
Três dias antes
           
Amanda? Telefone para você! Lucinda chamava a filha todas as manhãs quando o telefone tocava, mas a mesma nunca respondia.
            Durante todo o dia, Amanda não saíra do quarto, nem para o café, nem para o almoço, nem para ver a mãe, conforme as horas iam se passando, Lucinda ia se preocupando, já faziam dois meses que a filha estava naquele estado, e ninguém entendia o motivo, uns achavam que era pelo fim do noivado, outros, acreditavam que era pela morte da tia, mas ninguém conseguia identificar o que se passava com Amanda, e nem o porquê de sua profunda tristeza.
            Lucinda então sobe as escadas, e se aproxima do quarto da filha, bate três vezes na porta, mas como Amanda não responde a mãe então a abre. As janelas estavam fechadas, o quarto estava cheirando a mofo, e aquela cor deixava o quarto com um ar sombrio, Lucinda chama Amanda e a mesma não responde, então resolve se aproximar da cama, a qual a filha encontra-se deitada.
Amanda, oi querida! como você está meu bem?
Eu estou bem Mãe! Hoje eu pintei três quadros, e escrevi dois poemas, vê mãe? Você consegue vê-los? Falava Amanda atenta ao olhar da mãe.
            Lucinda olhava para onde a filha apontava e o que via era um caderno velho, cheio de riscos, nada mais que isso.
Amanda, vamos levantar um pouco? O dia está tão lindo lá fora, vamos meu amor?
“Se essa rua, se essa rua fosse minha, eu mandava, eu mandava ladrilhar, com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes, só pro meu, só pro meu amor passar”. Amanda permanecia inerte, apenas cantava bem baixo, ao passo que lágrimas caíam de seu rosto.
Amanda, você precisa sair disso, eu já não sei mais o que fazer, você só chora, não fala, não sai desse quarto, não toma banho, não diz o que está acontecendo! Vamos Amanda, fale, me fale o que foi meu amor, me fale...
            Lucinda estava descontrolada, já não sabia o que fazer, enquanto chorava, Amando passou os braços em seu pescoço, e as pernas em volta de sua cintura, sentando no colo da mãe, Amanda continuava a cantar, abraça a mãe forte e diz:
Calma mãe, vai passar, está tudo bem... tudo vai melhorar eu prometo!
 Enquanto a filha dizia essas palavras Lucinda estranhava, pois há dias a filha não se comunicava com ela, não expressava o que estava sentindo. O que se passava na cabeça da filha, era só o que queria saber, apenas isso.
Mãe, para mostrar que estou bem vou tomar um banho, trocar de roupa, e vou ir ao shopping — Amanda sorria
Lucinda estava cada vez mais desconfiada, o que estava acontecendo, será que a filha estava melhor? Lucinda não acreditava naquilo, porém fingiu acreditar.
Está bem Amanda, vai se arrumar, eu vou dar uma saída e já retorno para te acompanhar, ok baby?
Está bem Mãe, eu espero!
*****
            Lucinda apressava o passo, já fazia meia hora que havia saído de casa, havia dito que voltava logo, com certeza Amanda já estava pronta, ela sempre gostou de ir as compras, mas a dois meses não saía para nada, finalmente uma notícia boa...
Amanda? Cheguei querida, pode descer, aproveite que estou com o carro da fábrica aqui... Amanda?
            Como era de se esperar, provavelmente ela havia desistido, era o que Lucinda pensava, ela já não dava conta da situação. Retirou seus sapatos, foi para seu quarto tomou um banho, e só então foi falar com a filha, sem cerimônia, chegou e logo abriu a porta do quarto.
Baby?  Amanda? Amanda ... Dona Lucinda parecia desesperada.
Já eram 23h e Amanda não aparecia, a mãe estava visivelmente preocupada, havia até acionado a polícia, estava pensando o pior, o que Amanda fizera, o que...
Pela manhã Dona Lucinda levantou-se e foi ao quarto da filha, sentou-se em sua cama, olhou o seu caderno de desenhos, e no fim das páginas percebeu, não era possível, o que estava escrito naquele papel, fez dona Lucinda paralisar, seu olhar ficou fixo nas letras, que ali estavam, e lágrimas caíam de seus olhos, era uma carta de Amanda.
Olá Mamãe, que saudades estou sentindo, aqui fora é muito frio, e não tem pão de queijo, imagine só! Ah mamãezinha, não quero que me traga café amanhã, pois eu vou pôr fim nesse idiota, que não para de me incomodar, então vou demorar para voltar, sei que deve estar preocupada, mas eu estou bem, mãezinha eu estou com tanto sono, e tão cansada, sabe? Essa semana sonhei com o prédio azul, era como se eu flutuasse e bem lá em baixo tivesse um mar bem azul, como aquele da costa leste, que você me levava quando criança, no sonho ele era tão bonito, mamãe, mas estou confusa, pois sou uma idiota, feia e gorda, que ninguém ama, e estou cheia de todos dizerem: — Ah, como você está bonita Amanda, e que corpo menina! Todos mentirosos, pensam que eu não vejo quando eles riem de mim...Sabe mãezinha, eu não sinto mais meus pés, e já não sinto mais dor, estou bem, agora mãe eu preciso ir, chegou a hora de acabar com tudo isso, vou dar um mergulho, mas logo volto, te amo mamãezinha.
                                                                                                          
                                                                                                           Amanda
                                                                                                     


 *****
Três dias depois
           
Enquanto se aproximava do local, lágrimas caiam do seu rosto, e soluços saiam involuntariamente de seus lábios, já faziam três dias que Lucinda não via a filha, três dias desde que lera aquela carta...
Antes de continuar Lucinda parou, olhou para trás, viu as pessoas ao redor, percebia o desespero no rosto da multidão, espantou-se com o número de curiosos presente, afinal de contas era apenas mais um corpo que caía sobre o mar de angústia.
Ao chegar ao prédio viu o corpo da filha pendurado por uma corda, que segurava seu pescoço, ela vestia um vestido branco, que moldava seu corpo, seus olhos estavam fechados, e sua boca desenhava-se em um largo sorriso. Lucinda vira o corpo de Amanda ser retirado, e junto com seu corpo, se foram seus sonhos, sua alegria, que um dia foi roubada sem que percebesse, lá estava Amanda enrolada em um pano branco, depois de mergulhar de cabeça no mar de melancolia que estava abaixo do prédio azul.


FIM
                                                                                                          
                                                                                                    Luana Dias





quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

10 SINAIS QUE MOSTRAM QUE A CRIANÇA SOFREU ABUSO SEXUAL



A todo o momento nós ouvimos falar sobre este assunto, no entanto há uma enorme dificuldade em identificar o problema. Milhares de crianças sofrem abuso todos os dias, e às vezes levamos anos para identificar.
Apesar de ser um assunto muito debatido, não há um manual de auxílio aos pais ou responsáveis, então o que nos resta é ficar atentos aos sinais.

1° Observe os pés da criança.
A maioria das crianças que sofreram abuso sexual tem uma característica muito peculiar, ao sentarem encostam um joelho no outro e colocam os pés para dentro, sempre seguido da cabeça baixa.

2° Fetiche.
A criança passa a ter uma veneração por alguma parte do corpo, podendo toca-la diversas vezes, sem se importar se está em público.

3° Paixão por animais.
As crianças que sofreram e sofrem abuso, gostam muito de ficar perto de animais, principalmente cachorros, gostam de afaga-los, e de receber lambidas do animal.

4°Desenhos.
As crianças São sempre muito criativas, no entanto quando sofrem abuso sexual, tendem a expressar através de desenhos, em que sempre expõe a situação, é preciso ficar atento.

5° Violência.
A maioria das crianças vítimas dessa violência, passam a se tornar crianças desobedientes, violentas e com muito ódio, tendem a descontar suas insatisfações em outras crianças.

6° Dor.
Fique atento ao corpo do seu filho, algumas crianças por medo até simulam gripes, fique atento ao andar do seu filho, normalmente essas crianças após a violência tem dificuldades para andar.

7° Perguntas sem sentidos.
Muitos pais ficam sem resposta quando os filhos os questionam sobre sexualidade, sempre fogem do assunto. Atenção muitas crianças, perguntam o que viram, ou vivenciaram, é importante ouvi-las e responde-las.
8° Isolamento.
Fique atento quando a criança se afastar, muitos pais pensam que é uma fase, e logo vai passar, mas é importante investigar.

9° Falta de apetite.
Crianças que sofrem violência sexual, perdem muitas vezes a vontade de sair, de falar e de se alimentar, se a falta de apetite estiver associada a outros sinais é preciso ficar atento.

10° Olhar.
As crianças escondem com os lábios, o que os olhos revelam. Fique atento como seu filho olha para as pessoas e a atitude diante delas.

É preciso ficar atento, a todos os sinais, milhares de crianças, sofrem todos os dias por descuido, é preciso investigar, e denunciar, caso isso aconteça, procure ajuda.

Luana Dias