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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

PUBLIQUEI MEU PRIMEIRO LIVRO - OLHARES FEMININOS

OLHARES FEMININOS




Olhares femininos passam durante anos sem sequer perceberem sua existência. Por um longo tempo, fui espectadora das histórias de muitas mulheres, acompanhei suas vidas e suas expectativas, percebi o desespero por trás da expressão de quem quer falar, mas silencia. É preciso dar nomes a essas mulheres, é preciso que elas sejam vistas e ouvidas.
violência protegida sob o silêncio é denunciada pelo corpo, pelas ações, pelo olhar. Há quem diga que os olhos são a janela da alma, prefiro dizer que eles são a própria alma. Que a visão exposta nesta obra nos faça ter uma postura mais sensível para o silêncio que grita alto, que chega a incomodar. Esse é meu desejo e convite. Boa leitura.
Categorias: PoesiaDrama 
Palavras-chave: feminino, mulher

Disponível em: 








quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

MALDITO AMOR



Mentira essa história de que o amor cura. Pura sandice dos insanos.
O amor mastiga todos os ossos do corpo, até não sobrar nenhum.
Mal dito amor que dizem. Maldito amor que nasce.
Essas velhas cochicham às suas filhas palavras, de um futuro de amor. Velhas malucas.
O amor não cura, pois não é remédio! Quem é que o receita? O médico ou o louco? A doença que me atinge o amor não pode curar. Pois foi esse desgraçado que a causou. Causou, e depois fugiu, como um velho depois do corpo saciado. Dormiu e me despediu, sem dó e nem piedade. Um covarde.
Lembro dos ossos doendo e o corpo ardendo. Febril frente a sua potência, éramos pura ardência. Mal dito amor. Me cerrou o corpo e a alma, me talhou em seus fiapos, e nem respeito a mim tinha. Essa história que o amor cura, é pura sandice, guardem o que digo.
As pessoas morrem de amor, mas não vivem dele, pois ele é um Deus que come almas e as aprisiona, até não sobrar corpo. Por isso, não ouçam as velhas nas esquinas, nem suas mães com histórias da carochinha. Pura mentira. Puríssima.
Uma coisa eu digo, o amor destruiu meu corpo inteiro. Primeiro me tomou, me prometeu o mundo. Falso, mentiroso. O que ele me fez foi tirar a vida, a vida dos meus ossos que agora repousam no inferno. Ódio lhe tenho amor. Apenas.
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Luana Dias

quarta-feira, 19 de abril de 2017

BALEIA AZUL

Toda pessoa viva já pensou na morte. Pensar na morte faz parte da vida. O que diferencia alguém vivo de alguém morto é que o vivo ainda não morreu. Vida e morte são coisas claramente separadas, apenas nas palavras. Viver é morrer um pouco a cada dia. Morrer é parar de morrer.
Uma vez, uma aluna minha, do curso de psicologia, disse que o “problema da vida” é que a gente já nasce morrendo. Assim, pensar na morte, faz parte da nossa constituição psíquica. É normal, não tem nada de errado com quem pensa na morte.
Porém, a gente não pensa na morte de modo uniforme, ao longo de toda a vida. Se tem um tempo onde é mais comum pensar na morte, esse tempo, certamente, é a adolescência.
Isso porque, na primeira infância, a gente vive como se fosse objeto do outro. “Sou da mamãe”, “sou do papai”, “sou da dinda”, dizem os bordados nos macacões e babadores que os bebês usam. Quer dizer, somos do outro.
É no fim da infância e no começo da adolescência que vamos tomando posse do nosso corpo. É só aí que vamos entendendo, (inconscientemente, porque geralmente não percebemos que pensamos nisso) que nós pertencemos a nós mesmos.
Se por um lado isso pode ser libertador, pois “se sou de mim mesmo, posso fazer o que eu quiser da minha vida” – por outro lado, isso pode ser vivido como pura angústia: “não sou de ninguém, então, não há ninguém por mim”.
O encontro com essa descoberta em torno da liberdade/solidão, próprio da adolescência, pode levar vários jovens a imaginarem como seria a sua morte, como seria a reação das pessoas diante da morte dele. E pode levar os jovens ao desejo de morte – não como quem quer morrer, mas como quem quer levar o outro a sentir sua falta.
No texto “Luto e melancolia” Freud diz que ninguém tem energia suficiente para tirar a própria vida, a não ser que entenda que, tirando a própria vida, está matando alguém em si. Nesse sentido, fica fácil entender como algumas pessoas podem tentar ou até mesmo conseguir tirar a própria vida. Nada parece mais eficaz para fazer falta no outro do que a eternização de uma falta.
Assim, é comum na adolescência, certa melancolia. Os sentidos que os pais deram aos seus filhos para a vida, até então, demonstram falir.
Até que os adolescentes encontrem seus próprios motivos para viver, por meio dos amigos, das causas e dos amores, um luto pode advir. É preciso que o adolescente possa expressar sua tristeza, porque vai descobrindo que seu modo de ver a vida, não é exatamente o mesmo que o dos pais.
É por aí que ideias suicidas podem aparecer, e é bem aí que o jogo a baleia azul pode “cair como uma luva”. Um desastre.
Se o adolescente consegue elaborar sua tristeza dizendo do que o incomoda, isso é uma coisa – e tem solução. Mas se ele não pode elaborar isso, se ele não encontra palavras para falar dessa tristeza, e então, se depara com o jogo da "baleia azul", então temos um problema de solução mais difícil, bem mais difícil.
Um adolescente que levava a ferro e fogo as palavras dos pais, diante da falência das palavras deles, pode encontrar no jogo da "baleia azul", algo que substitua o que os pais disseram. É aí que mora o perigo.
Por isso, pais, é de extrema importância que a gente fale com nossos filhos adolescentes. Não sobre o jogo da baleia azul, ou sobre o GTA (que é aquele video-game super agressivo que deixa muita gente de cabelo em pé) ou sobre o 13 reasons why, mas sobre as coisas da vida. Sobre a vida do vizinho, sobre a matéria do jornal, sobre o filme que passou na tevê, sobre propagandas, trivialidades, sobre qualquer coisa.
O desejo de morrer, ou as fantasias sobre a morte, que esses jovens nos trazem, não devem nos assustar e assim nos levar a apressadamente a calá-los - mas deve nos convocar a escutá-los, deve nos levar ao convite para falarem mais disso.
A palavra é o único modo de elaborarmos. Com aquilo que vira palavra podemos fazer algo. Mas aquilo que não vira palavra, nos faz refém dos acontecimentos.
Então, bora falar e ouvir.
(Texto escrito a partir de uma conversa com Lucas Sesarino, que tem 14 anos e 8 meses, é super sábio e deu seu aval no texto antes que eu o postasse).

por: ANA SUY

sexta-feira, 8 de abril de 2016

MELANCOLIA NO PRÉDIO AZUL


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“Amanda costumava ir a biblioteca da cidade todas as manhãs, ela gostava do cheiro dos livros, do encanto das mesas, das prateleiras e das pessoas que ali frequentavam” Esse era um trecho da manchete que estampava o jornal da capital, que trazia em sua capa a seguinte frase: “Suicídio o fim de uma vida”.
*****
Algumas pessoas apontavam para a janela do prédio azul, ainda dava para ver o corpo ali pendurado, balançando; o vestido da jovem era branco, e mesmo de longe dava para ver a palidez de sua pele.
 ­ Coitadinha da menina, dizia dona Maria
Todos ao redor estavam curiosos, e as pessoas se aglomeravam próximo ao local do incidente, ninguém esperava que naquela manhã Amanda Kloserman, se enforcaria, na suíte presidencial, do prédio azul
 — Eu já imaginava que isso fosse acontecer, do jeito que estava indo, era certo que este seria seu fim, assim falava seu Antônio, porteiro do prédio.  
Cale a boca Antônio, — gritava dona Alice, vizinha da morta — O senhor não vê que a mãe da menina está chegando?
            Enquanto discutiam e comentavam sobre o ocorrido, ao longe uma senhora de cabelos brancos, e cabeça baixa se aproximava do local, era dona Lucinda, mãe de Amanda.
            Dona Lucinda, costureira, beirava os sessenta anos, mas naquela manhã sua expressão, moldava o seu rosto, assim aparentando ser muito mais velha do que realmente era; enquanto se aproximava do local, lágrimas caiam do seu rosto, e soluços saiam involuntariamente de seus lábios, já faziam três dias que Lucinda não via a filha, três dias desde que lera aquela carta...
*****
Três dias antes
           
Amanda? Telefone para você! Lucinda chamava a filha todas as manhãs quando o telefone tocava, mas a mesma nunca respondia.
            Durante todo o dia, Amanda não saíra do quarto, nem para o café, nem para o almoço, nem para ver a mãe, conforme as horas iam se passando, Lucinda ia se preocupando, já faziam dois meses que a filha estava naquele estado, e ninguém entendia o motivo, uns achavam que era pelo fim do noivado, outros, acreditavam que era pela morte da tia, mas ninguém conseguia identificar o que se passava com Amanda, e nem o porquê de sua profunda tristeza.
            Lucinda então sobe as escadas, e se aproxima do quarto da filha, bate três vezes na porta, mas como Amanda não responde a mãe então a abre. As janelas estavam fechadas, o quarto estava cheirando a mofo, e aquela cor deixava o quarto com um ar sombrio, Lucinda chama Amanda e a mesma não responde, então resolve se aproximar da cama, a qual a filha encontra-se deitada.
Amanda, oi querida! como você está meu bem?
Eu estou bem Mãe! Hoje eu pintei três quadros, e escrevi dois poemas, vê mãe? Você consegue vê-los? Falava Amanda atenta ao olhar da mãe.
            Lucinda olhava para onde a filha apontava e o que via era um caderno velho, cheio de riscos, nada mais que isso.
Amanda, vamos levantar um pouco? O dia está tão lindo lá fora, vamos meu amor?
“Se essa rua, se essa rua fosse minha, eu mandava, eu mandava ladrilhar, com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes, só pro meu, só pro meu amor passar”. Amanda permanecia inerte, apenas cantava bem baixo, ao passo que lágrimas caíam de seu rosto.
Amanda, você precisa sair disso, eu já não sei mais o que fazer, você só chora, não fala, não sai desse quarto, não toma banho, não diz o que está acontecendo! Vamos Amanda, fale, me fale o que foi meu amor, me fale...
            Lucinda estava descontrolada, já não sabia o que fazer, enquanto chorava, Amando passou os braços em seu pescoço, e as pernas em volta de sua cintura, sentando no colo da mãe, Amanda continuava a cantar, abraça a mãe forte e diz:
Calma mãe, vai passar, está tudo bem... tudo vai melhorar eu prometo!
 Enquanto a filha dizia essas palavras Lucinda estranhava, pois há dias a filha não se comunicava com ela, não expressava o que estava sentindo. O que se passava na cabeça da filha, era só o que queria saber, apenas isso.
Mãe, para mostrar que estou bem vou tomar um banho, trocar de roupa, e vou ir ao shopping — Amanda sorria
Lucinda estava cada vez mais desconfiada, o que estava acontecendo, será que a filha estava melhor? Lucinda não acreditava naquilo, porém fingiu acreditar.
Está bem Amanda, vai se arrumar, eu vou dar uma saída e já retorno para te acompanhar, ok baby?
Está bem Mãe, eu espero!
*****
            Lucinda apressava o passo, já fazia meia hora que havia saído de casa, havia dito que voltava logo, com certeza Amanda já estava pronta, ela sempre gostou de ir as compras, mas a dois meses não saía para nada, finalmente uma notícia boa...
Amanda? Cheguei querida, pode descer, aproveite que estou com o carro da fábrica aqui... Amanda?
            Como era de se esperar, provavelmente ela havia desistido, era o que Lucinda pensava, ela já não dava conta da situação. Retirou seus sapatos, foi para seu quarto tomou um banho, e só então foi falar com a filha, sem cerimônia, chegou e logo abriu a porta do quarto.
Baby?  Amanda? Amanda ... Dona Lucinda parecia desesperada.
Já eram 23h e Amanda não aparecia, a mãe estava visivelmente preocupada, havia até acionado a polícia, estava pensando o pior, o que Amanda fizera, o que...
Pela manhã Dona Lucinda levantou-se e foi ao quarto da filha, sentou-se em sua cama, olhou o seu caderno de desenhos, e no fim das páginas percebeu, não era possível, o que estava escrito naquele papel, fez dona Lucinda paralisar, seu olhar ficou fixo nas letras, que ali estavam, e lágrimas caíam de seus olhos, era uma carta de Amanda.
Olá Mamãe, que saudades estou sentindo, aqui fora é muito frio, e não tem pão de queijo, imagine só! Ah mamãezinha, não quero que me traga café amanhã, pois eu vou pôr fim nesse idiota, que não para de me incomodar, então vou demorar para voltar, sei que deve estar preocupada, mas eu estou bem, mãezinha eu estou com tanto sono, e tão cansada, sabe? Essa semana sonhei com o prédio azul, era como se eu flutuasse e bem lá em baixo tivesse um mar bem azul, como aquele da costa leste, que você me levava quando criança, no sonho ele era tão bonito, mamãe, mas estou confusa, pois sou uma idiota, feia e gorda, que ninguém ama, e estou cheia de todos dizerem: — Ah, como você está bonita Amanda, e que corpo menina! Todos mentirosos, pensam que eu não vejo quando eles riem de mim...Sabe mãezinha, eu não sinto mais meus pés, e já não sinto mais dor, estou bem, agora mãe eu preciso ir, chegou a hora de acabar com tudo isso, vou dar um mergulho, mas logo volto, te amo mamãezinha.
                                                                                                          
                                                                                                           Amanda
                                                                                                     


 *****
Três dias depois
           
Enquanto se aproximava do local, lágrimas caiam do seu rosto, e soluços saiam involuntariamente de seus lábios, já faziam três dias que Lucinda não via a filha, três dias desde que lera aquela carta...
Antes de continuar Lucinda parou, olhou para trás, viu as pessoas ao redor, percebia o desespero no rosto da multidão, espantou-se com o número de curiosos presente, afinal de contas era apenas mais um corpo que caía sobre o mar de angústia.
Ao chegar ao prédio viu o corpo da filha pendurado por uma corda, que segurava seu pescoço, ela vestia um vestido branco, que moldava seu corpo, seus olhos estavam fechados, e sua boca desenhava-se em um largo sorriso. Lucinda vira o corpo de Amanda ser retirado, e junto com seu corpo, se foram seus sonhos, sua alegria, que um dia foi roubada sem que percebesse, lá estava Amanda enrolada em um pano branco, depois de mergulhar de cabeça no mar de melancolia que estava abaixo do prédio azul.


FIM
                                                                                                          
                                                                                                    Luana Dias





quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

10 SINAIS QUE MOSTRAM QUE A CRIANÇA SOFREU ABUSO SEXUAL



A todo o momento nós ouvimos falar sobre este assunto, no entanto há uma enorme dificuldade em identificar o problema. Milhares de crianças sofrem abuso todos os dias, e às vezes levamos anos para identificar.
Apesar de ser um assunto muito debatido, não há um manual de auxílio aos pais ou responsáveis, então o que nos resta é ficar atentos aos sinais.

1° Observe os pés da criança.
A maioria das crianças que sofreram abuso sexual tem uma característica muito peculiar, ao sentarem encostam um joelho no outro e colocam os pés para dentro, sempre seguido da cabeça baixa.

2° Fetiche.
A criança passa a ter uma veneração por alguma parte do corpo, podendo toca-la diversas vezes, sem se importar se está em público.

3° Paixão por animais.
As crianças que sofreram e sofrem abuso, gostam muito de ficar perto de animais, principalmente cachorros, gostam de afaga-los, e de receber lambidas do animal.

4°Desenhos.
As crianças São sempre muito criativas, no entanto quando sofrem abuso sexual, tendem a expressar através de desenhos, em que sempre expõe a situação, é preciso ficar atento.

5° Violência.
A maioria das crianças vítimas dessa violência, passam a se tornar crianças desobedientes, violentas e com muito ódio, tendem a descontar suas insatisfações em outras crianças.

6° Dor.
Fique atento ao corpo do seu filho, algumas crianças por medo até simulam gripes, fique atento ao andar do seu filho, normalmente essas crianças após a violência tem dificuldades para andar.

7° Perguntas sem sentidos.
Muitos pais ficam sem resposta quando os filhos os questionam sobre sexualidade, sempre fogem do assunto. Atenção muitas crianças, perguntam o que viram, ou vivenciaram, é importante ouvi-las e responde-las.
8° Isolamento.
Fique atento quando a criança se afastar, muitos pais pensam que é uma fase, e logo vai passar, mas é importante investigar.

9° Falta de apetite.
Crianças que sofrem violência sexual, perdem muitas vezes a vontade de sair, de falar e de se alimentar, se a falta de apetite estiver associada a outros sinais é preciso ficar atento.

10° Olhar.
As crianças escondem com os lábios, o que os olhos revelam. Fique atento como seu filho olha para as pessoas e a atitude diante delas.

É preciso ficar atento, a todos os sinais, milhares de crianças, sofrem todos os dias por descuido, é preciso investigar, e denunciar, caso isso aconteça, procure ajuda.

Luana Dias

terça-feira, 22 de setembro de 2015

PRIMAVERA


            Eis que a Primavera vem chegando, trazendo suas flores e, mais que isso, sorriso em meus amores. Estação colorida, há outra igual que dê vida? Os jardins vão florescendo, a tristeza vai morrendo e no fim a alegria toma conta das pessoas. Árvores ressequidas dão lugar a flores altivas, com seus perfumes doces deixando uma sensação de que a vida renasce novamente entre tantas guerras no mundo.
            Ah... que saudades do passado. Jardins grandes, flores, árvores, vida! Saudades da época em que havia espaços para jogar uma manta ao chão e apreciar a estação mais bonita do ano sem precisar sair de casa. Saudades do tempo em que nos terrenos de cada um havia mais vida do que construções, mais vida que discórdia, mais vida que morte.
            Apesar dos pesares, é Primavera, é alegria, é amor. É hora de aproveitar a chance de mudar nossas vidas, ver que a estação nada mais é do que um convite para olhar pra trás e repensar tudo o que fizemos e fazer um propósito de mudar, de viver e deixar viver. Seja bem-vinda, Primavera! Que juntos com suas flores venham dias mais alegres, dias em que a paz possa bater o pé e peitar o ódio. Seja bem-vinda, estação dos amores.
Escrito por:

TiagoM. Szczepanski
Via:http://oconhecimentodonaosaber.blogspot.com.br/

terça-feira, 15 de setembro de 2015

DESTINO

Não há como fugir do Sr. Destino,não há como escapar do porvir. O destino é uma peça pregada pela vida, e independente do que façamos,ele sempre estará a nossa espreita. 

Um dia ouvi um mito com a seguinte história.





Mito de Édipo

Laio, Rei de Tebas e marido de Jocasta, vivia amargurado por não ter filhos, pelo que, decidiu consultar o Oráculo, tendo-lhe, este, advertido que filho que gerasse havia de o assassinar. Apesar das advertências, Jocasta engravida e Laio, quando o bebé nasceu, ordenou a um servo que o pendurasse pelos pés numa árvore, para que este morresse. Daí o nome Édipo (que significa pés inchados).
O servo de Laio, desrespeitando as ordens, acabou por colocar a criança num cesto e jogou-a ao rio, acabando este, por ser resgatado por um rei duma terra distante, que o elegeu como seu filho. Este, já homem, também consultou o Oráculo, o qual o aconselhou a evitar a sua pátria, pois iria ser o assassino de seu pai e marido de sua mãe. Desconhecendo as suas origens e pensando-se filho de Pôlibo e Mérope, reis de Corinto, Édipo decidiu partir rumo a Tebas. Durante o seu percurso, e no meio de uma encruzilhada, deparou-se com um velho com o qual manteve uma acérrima discussão acabando por matá-lo.
Chegado a Tebas decifrou o enigma da Esfinge (monstro com cabeça de mulher e corpo de leão), que impossibilitava a entrada na cidade, e como nunca ninguém o havia decifrado, a Esfinge jogou-se ao mar, tendo Édipo libertado a cidade da sua maldição. Creonte, irmão de Jocasta, havia prometido a mão desta a quem libertasse a cidade da Esfinge, ganhando assim, Édipo, o direito a casar com Jocasta, agora viúva.

Casaram, Édipo foi proclamado Rei e tiveram dois filhos e duas filhas, reinando sem grandes dificuldades, até ao dia em que se instala a peste na cidade e Édipo decide consultar o Oráculo, que lhe refere que a peste cessaria quando fosse expulso o assassino de Laio. Édipo dispôs-se a encontrá-lo, mas quando se apercebeu que ele próprio fora o assassino de Laio, seu pai, e o esposo de sua mãe, e vendo que apesar de fugir contra a profecia esta acabou por se realizar, arrancou os olhos e deixou a sua pátria.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O CONHECIMENTO DO NÃO SABER 2

A plenitude do conhecimento é a mãe do não saber. Quando nos libertamos das correntes que aprisionam o conhecimento, então temos uma visão do cárcere no qual vivíamos, passamos a não mais nos anestesiar da dor e do sofrimento, passamos a entender que a beleza do conhecer está em não conhecer, e percebemos que ser ou não ser não é a questão, mas a questão é ser e não ser, saber e não saber, viver e não viver. Estas linhas que dividem os nossos pensamentos são frutos da emancipação do saber, Sócrates relata a importância de se admitir não saber ou conhecer todas as coisas, e é a partir desse principio que partimos para a construção de um novo conhecimento.
Em dias quentes sentimos calor, em dias de inverno sentimos frio, e a cada instante sentimos algo, seja bom, ou ruim, no entanto esse sentir já faz parte do nosso ser, e está associado ao viver, ao saber, ao conhecer, e por que não dizer ao não saber? Mas como reagir a esse questionamento, como posso sentir, ou viver o que não sei. A instrução da sabedoria é o abandono do conhecimento, e a retomada do conhecer, ou seja, a compreensão de que nada é tão pleno a ponto de transpor todo o nosso intelecto, e é isso que nos leva a uma busca insaciável do desconhecido, e quando percebemos já estamos emaranhados na raiz de todas as questões, e só então nos damos conta, de que o saber não é o conhecer, mas que o conhecer nos faz saber, e é esse saber que nos faz compreender que o não saber é um princípio dos sábios, e é angústia para os tolos. O conhecimento é a porta de saída para a liberdade.

Escrito por

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

ROTINA X SENTIDO DA VIDA


           

           Todos os dias, levanto e tenho uma espécie de ritual a ser seguido, normal, nada mal para um metódico e neurótico obsessivo. Levantar, afinal, não significa acordar! Até aí ok. Mas após isso começa o meu dia em si, e é uma rotina que não acaba nunca. Você pode estar pensando: “Ah! Que cara nojento, todo ocupadinho.”, mas não, realmente você também deve ter sua rotina e não se dá conta afinal, já é tão rotineiro que encara isso como “normal”. Se você me perguntar no domingo o que vou fazer na semana, você acabará se estressando, não vou parar de falar tão cedo.
            Daí você pode estar perguntando: “Tá. só isso?”.
            O que acontece, é que todos nós temos nossas rotinas, e ai de quem ousa em sair desta. Muitas vezes nós nos entregamos de tal forma a uma rotina que nem reparamos que ela nos domina de uma maneira tão possessiva, que acaba por nos cegar e esquecer o “verdadeiro sentido da vida”.
            Sentido da vida? Isso é relativo. Cada um trilha sua vida pelo caminho que bem entende. Mas a tal da rotina, na maioria das vezes, faz-nos esquecer o que realmente esperamos do futuro, o que planejamos e, quando lembramos do nosso objetivo dizemos: “Relaxa, um dia a correria vai acabar e eu vou fazer isso”.
            Cada um é dono de suas escolhas, mas acho extremamente incrível o modo como as pessoas acabam por sacrificarem seus sonhos por medo de perder um emprego, por medo de decepcionar alguém, por medos talvez sem sentido. Que tal seguir a rotina (afinal é dela que pode estar vindo o dinheiro que sustente sua vida, sei lá), mas ao mesmo tempo nos dar o prazer de viver momentos que no satisfaçam enquanto pessoa, enquanto alguém que está passando por um mundo numa breve viagem, sem certeza do que pode estar por vir. Eu já escolhi viver uma vida paralela à minha rotina. Vamos juntos tornar rotina o nosso sentido da vida?!

Autor: Tiago M. Szczepanski

EU TENHO UM SONHO: I have a dream...


"Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.

Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros.
Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre.
Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação.
Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição.

De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes".

Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.

Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo.
Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia.
Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial.
Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.

Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre

. Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só.

E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, "Quando vocês estarão satisfeitos?"

Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza.

Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são o veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero.

Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.

Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.

Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.

"Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.

Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,

De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"

E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.

E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.

Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.

Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.

Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.

Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.

Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.

Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.

Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.

Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.

E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:

"Livre afinal, livre afinal.

Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."


Martin Luther King Jr.