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quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

MALDITO AMOR



Mentira essa história de que o amor cura. Pura sandice dos insanos.
O amor mastiga todos os ossos do corpo, até não sobrar nenhum.
Mal dito amor que dizem. Maldito amor que nasce.
Essas velhas cochicham às suas filhas palavras, de um futuro de amor. Velhas malucas.
O amor não cura, pois não é remédio! Quem é que o receita? O médico ou o louco? A doença que me atinge o amor não pode curar. Pois foi esse desgraçado que a causou. Causou, e depois fugiu, como um velho depois do corpo saciado. Dormiu e me despediu, sem dó e nem piedade. Um covarde.
Lembro dos ossos doendo e o corpo ardendo. Febril frente a sua potência, éramos pura ardência. Mal dito amor. Me cerrou o corpo e a alma, me talhou em seus fiapos, e nem respeito a mim tinha. Essa história que o amor cura, é pura sandice, guardem o que digo.
As pessoas morrem de amor, mas não vivem dele, pois ele é um Deus que come almas e as aprisiona, até não sobrar corpo. Por isso, não ouçam as velhas nas esquinas, nem suas mães com histórias da carochinha. Pura mentira. Puríssima.
Uma coisa eu digo, o amor destruiu meu corpo inteiro. Primeiro me tomou, me prometeu o mundo. Falso, mentiroso. O que ele me fez foi tirar a vida, a vida dos meus ossos que agora repousam no inferno. Ódio lhe tenho amor. Apenas.
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Luana Dias